domingo, 25 de novembro de 2012

Missa Afro Brasileira é apresentada pela primeira vez com instrumentos de percussão

Missa Afro Brasileira é apresentada pela primeira vez com instrumentos de percussão



Com arranjos do percussionista Djalma Corrêa, consagrada obra do maestro Carlos Alberto Pinto Fonseca é apresentada no Grande Teatro do Palácio das Artes, em Belo Horizonte, no dia 30 de abril.

A Missa Afro Brasileira, mais consagrada obra do maestroCarlos Alberto Pinto Fonseca (1933 – 2006), se completa, com instrumentos de percussão genuinamente africanos. A apresentação inédita no dia 30 de abril, no Grande Teatro do Palácio das Artes, emBelo Horizonte, abrange arranjos do renomado percussionista Djalma Corrêa, além da participação dos solistas Sylvia Klein, Luciana Monteiro,Welington Vilaça e Joseh Carlos Leawl.

Composta em 1971, originalmente para coro misto “a capella” (coro cantado sem acompanhamento instrumental), a Missa Afro Brasileira destaca o sincretismo religioso, um amálgama de doutrinas ou concepções heterogêneas presente nos cultos afro-brasileiros. O interesse do autor pela cultura afro-brasileira talvez seja o que faça de sua principal obra um grande destaque. “Ele, enquanto maestro e compositor, mergulhou nas raízes da sonoridade afro para tentar compreender os detalhes e a influência do povo africano, tudo isso aliado à mistura cultural mineira e portuguesa”, ressalta a maestrina Ângela Pinto Coelho, idealizadora do projeto.

“Como os negros não podiam reverenciar suas entidades, utilizavam projeções católicas para se expressarem. Tais representações reforçaram as influências das culturas portuguesa e africana nas diferentes regiões do País”, destaca Jaques Diogo, diretor de produção do espetáculo.



A Missa

Sobre a obra, o próprio maestro Carlos Alberto disse certa vez “o sincretismo é uma realidade no Brasil. Tentei expressar os sentimentos religiosos dos brasileiros, povo formado pela mistura do europeu, do negro e dos ancestrais indígenas”.

Muitos especialistas ressaltam ainda que a missa tenta abolir as barreiras entre sacro e profano, erudito e popular, sendo composta com alternâncias e, muitas vezes, superposições de textos em latim e em português. O batuque é representado pelos ritmos mais percussivos de origem afro. O acalanto, por sua vez, pelas canções de ninar, as cantigas de roda, além da marcha-rancho, do choro e do samba-canção. A obra, premiada em 1976 pela Associação Paulista de Críticos da Arte, como “Melhor obra vocal do ano”, tem sido apresentada com grande sucesso nos Estados Unidos, Europa e em vários países da América Latina.

A missa foi publicada pela Lawson-Gould Music Publishers, nos Estados Unidos, em 1978, e gravada pelo próprio compositor à frente do Coral Ars Nova, em 1989. O vinil gravado na época tem em sua capa uma ilustração de Álvaro Apocalypse, artista plástico conhecido internacionalmente, sendo fundador do Grupo Giramundo de Teatro de Bonecos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário